domingo, 24 de junho de 2012

O Espírito sopra onde quer...



O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito. 
João 3:8



Nos últimos dias esse trecho do evangelho tem ressoado em minha mente, e se feito visível em diversos estudos ou mesmo em momentos de diversão. Recentemente assisti ao filme Amadeus que conta a história do conflito entre Mozart e Salieri. O maior desejo de Salieri era tornar-se um tradutor da obra divina na terra, imortalizando-se por sua obra musical. Contemporaneamente a ele, surge Mozart, a quem Salieri imediatamente reconhece um verdadeiro colaborador da divindade por sua composições. Contudo, diferentemente de Salieri cuja vaidade e ambição impeliram a uma vida cheia de promessas e falsa piedade, Mozart é avesso a todos esses modos, sendo nas palavras de Salieri uma criança vulgar e obscena. A perplexidade de Salieri reside na sua incapacidade de compreender como alguém como Mozart poderia ter atingido aquilo que em anos de devoção pia ele falhara em conseguir. Logo Salieri se ve consumido pela inveja, volta-se contra Deus e tenta sob todas as formas destruir Mozart em sua falsa amizade, até que ele consegue. Essa destruição entrentanto, torna-se a cristificação de Mozart que morre tragicamente ainda em sua juventude, imortalizado-se por sua obra enquanto Salieri vive para ver o sucesso póstumo de seu rival e o simultâneo esquecimento de sua própria obra.

É notavel que Salieri tenha rezado e feito promessas a Deus para tornar-se o eleito, mas quando o eleito se apresentou diante dele ele não soube aproveitar desta graça. Ele não soube compreender a mensagem que dizia "você nao precisa imitar um santo qualquer, nem se castrar ou se restringir para ser meu eleito, você precisa apenas realizar a obra, e para realizar a obra você precisa apenas ser..." Essa é uma mensagem por vezes dificil de compreender e são frequentes os exemplos na vida e na literatura que implicam nesse gênero de desfecho. Não se tratava pois de seguir convenções mas de ser, de emular a si mesmo. Neste espírito volto a publicar os estudos sobre a obra atrológica do Filósofo Olavo de Carvalho. Este homem com língua e pena tão afiados para atacar os ocultistas, tem ao meu ver, sem duvida, o sobre de Elias Artista ressoando em sua alma, o verdadeiro espírito Rosa Cruz. Furto-me ao erro de Salieri e continuo o estudo de sua obra ad majorem Dei Gloriam et ad bonorum humanitatis. 

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